O autor deste excerto, que retirei das “Cartas ao Director” no “Público” de 6 de Setembro, é um regular colaborador nesta coluna do jornal que leio quase sempre com muito agrado.
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Sobre Rui Rio e o seu curriculum há a referir em seu favor o ter muito cedo invocado e assumido a necessidade de equilíbrio nas contas públicas, assim como o distanciamento do mundo pouco saudável do futebol e seus dinheiros. Por outro lado, coisas como a não valorização da cultura, e aqui refiro-me à verdadeira, não ao entretenimento de elites com dinheiros públicos, não abonam positivamente.
Neste momento parece relativamente claro que o PSD não está em condições de vencer as próximas legislativas. Com mais ou menos muleta, a coisa não deve fugir ao PS. Sendo assim, o PSD faz uma travessia de deserto, sendo Rui Rio o "camelo" de serviço, como já se viram outros no passado. Mandaria a tradição que as "alternativas" ficassem calmamente na retaguarda, atirando uns palpites de vez em quando para marcar posição e, no dia seguinte à provável derrota eleitoral tirassem as luvas e mostrassem as garras.
A tradição já não é o que era. O nível de contestação interna é enorme e inédito para esta fase do processo. Ao que parece, há muita gente genuinamente incomodada com esta liderança, como se ela fosse um corpo estranho. Mais do que a preocupação com a possível derrota eleitoral não estará em causa o receio de uma arrumação da casa? Se assim for, e atendendo ao estado lastimoso em que estão os partidos do "círculo do poder", fico com muita curiosidade e espectativa.
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Carlos J.F.Sampaio
Esposende
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