escrito em 21 de Setembro de 2014
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António Bagão Felix
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O silêncio dos livros.
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O intelectual e polímato Georges Steiner escreveu um pequeno livro com o belíssimo título O silêncio dos livros. Uma obra onde alerta para a ameaça que paira sobre a escrita e o livro, num contexto tecnológico e informacional, em que a tirania da telepresença se tornou um novo "cárcere".
Steiner diz que "nunca os verdadeiros livros foram tão silenciosos".
Outro pensador do século XX, Jean Guitton, disse sobre o livro: "Se tivesse sido inventado depois do computador teria sido uma grande invenção".
O livro é intimista. Patrimonial, mesmo. Pertence-nos na posse da sua leitura, na visita da sua releitura, na memória da sua ausência.
De novo, O silêncio dos livros: "A educação moderna cada vez se assemelha mais a uma amnésia institucionalizada. Deixa o espírito da criança vazio do peso das referências vividas. Substitui até o saber de cor que é também um saber do (cor)ação, pelo caleidoscópio transitório dos saberes efémeros. Reduz o tempo ao instante e vai instilando em nós uma amálgama de heterogeneidade e de preguiça."
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in. Público
"blogues.público.pt"
27.Set. 2014.
1 comentário:
Satisfação em conhece-lo.
Concordo com opinião sobre literatura e tecnologia no tempos atuais .
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