A notícia, de 1ª página, com destaque, surge hoje
no jornal i...
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... e continua destacada no Editorial assinado pelo
Director Eduardo Oliveira e Silva, com o título:
"A triste figura dos políticos de hoje".
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"Não pode ser forte uma democracia cujos políticos são considerados piores que os da ditadura."
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Eduardo Oliveira e Silva
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Um secretário de Estado faz à socapa afirmações sobre o corte permanente de pensões, que mais tarde são desmentidas por um primeiro-ministro. Dias depois vem a confirmar-se através de Bruxelas que o secretário de Estado estava certo. É certamente pelo somatório de situações como esta que os portugueses consideram melhores os políticos “do antigamente”.
Quando há uns anos Salazar apareceu num concurso da RTP como o português mais importante, percebeu-se que essa votação tinha sido o resultado de uma espécie de movimento de contestação nacional à moda anarquista, ao qual só o PCP reagiu promovendo umas contra-ofensiva que pôs Cunhal no segundo lugar.
Os resultados da sondagem que a Pitagórica fez para o i com um rigor técnico que não se questiona, são porém mais graves. Revelam que 46,5% dos portugueses consideram que os políticos da ditadura eram mais honestos do que os actuais, enquanto só 17,7% pensam o contrário. E como se não bastasse, 43,2% acham, ainda por cima, que os políticos de antes do 25 de Abril eram mais bem preparados.
Estes resultados indicam também que 26,9% dos inquiridos ainda pensam que não há em Portugal liberdade para dizer o que se pensa politicamente sem sofrer consequências.
São dados eloquentes, tristes e lamentáveis, mas que em bom rigor não surpreendem. Ao longo das quatro décadas de democracia que vivemos desde o 25 de Abril, a verdade é que a classe política deu múltiplos e sucessivos exemplos que explicam resultados desta natureza.
Para não falar da corrupção e da promiscuidade entre o poder político e os negócios, que também existiu antes da democracia, há agora a juntar a forma espalhafatosa como alguns enriqueceram e a circunstância de os políticos se fazerem eleger com um programa fazendo a seguir exactamente o contrário com o maior dos desplantes.
(...)
Cito apenas alguns excertos do Editorial do i desta 2ªfeira, dia 14 de Abril.
Penso que chega...
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