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Greve aos exames
Num Debate “Professores e governos”
Por Joaquim Jorge
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In Público
18 06 13
Joaquim Jorge
Biólogo e fundador do Clube dos Pensadores
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Esta greve aos exames era escusada, se o Sr.
ministro tivesse percebido o pulsar do sentimento geral na classe docente –
desagrado e intransigência com mais medidas de austeridade.
Os professores, na era Sócrates, foram
espezinhados, desclassificados, humilhados e desacreditados, como nunca tinha
acontecido. Lembro-me muito bem de José Sócrates procurar intoxicar a opinião
pública, colocando em páginas de jornais, como publicidade, paga por todos nós,
incluindo os professores, tabelas salariais dos professores em que o valor
remuneratório era o ilíquido sem descontos, procurando desta forma fazer ver
que os professores eram muito bem pagos e remunerados. O que é falso e mentira!
(…)
Este governo teve como lema de campanha eleitoral
o respeito pelos professores, mas foi sol de pouca dura, pois na prática a
economia e o ministro Gaspar mandam mais do que o ministro Crato.
A greve aos exames tem o reverso da medalha do que
se passou na greve às avaliações. Nas avaliações, a falta de um professor
inviabilizava a realização da reunião de avaliação. Porém, hoje com um número
reduzido de professores, apesar de a maioria faltar, consegue-se realizar os
exames. O cerne da questão não é se houve ou não grande adesão à greve. A
questão fundamental é o respeito pelos professores, pela sua profissão,
dignidade e especificidade. Não se põe em causa mandar professores embora;
porém com regras e devidamente indemnizados. Depois podem trabalhar mais horas;
porém já o fazem há muito tempo. Podem ir para longe da sua antiga escola, mas
devidamente apoiados com ajudas de custo, etc.
Posso enganar-me, mas no futuro não vai haver quem
queira ser professor. Ter-se-á que ao recrutar nos países lusófonos. Se eu
fosse governo, não permitiria num prazo alargado que muitos jovens seguissem a
carreira docente enquanto houver professores desempregados. Formar gente para o
desemprego é crime de lesa-pátria.
Governar é projectar e servir de almofada a quem
está no sistema. Não é despedir e tratar mal só vendo números. O ensino tem a
disciplina da Matemática, mas tem outras disciplinas como a Psicologia, que é
algo que o governo não tem…
1 comentário:
Agradeço a referência...
Abraço,
JJ
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