do ano 1944/45, do Liceu de Nun'Álvares,
António Guadalupe Maia Mendes
assinou um Soneto a que chamou
Certeza!...
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Maia Mendes
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O tempo foge, voa, em turbilhão que arrasta
As gentes e as coisas, as gentes e as vidas,
E, ao mesmo tempo, deixa imagens esculpidas
No aço d'alma impura, no ouro de alma casta.
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O tempo tudo lembra, tudo esquece e gasta;
Marmóreas colunas, por Ele destruídas,
Fazem-nos recordar lembranças esquecidas
Na poeira do tempo que veloz se afasta.
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Nada resiste ao tempo na voraz passagem…
Nada perdura após a branda aragem
Que tudo consome apenas em instantes…
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Tudo consome, não! Nós nunca esqueceremos,
Enquanto vida houver -- eu sei! -- recordaremos
O tempo do liceu, da capa de estudantes.
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Maia Mendes,
António Guadalupe de
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