da autoria de
Eugénio de Andrade.
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Eugénio de Andrade
.
Fogem agora, os olhos; fogem
da luz latindo.
Estão doentes. os velhos, coitados,
defendem-se do que mais amam.
Tenho tanto que lhes agradecer:
as nuvens, as areias, as gaivotas,
a cor pueril dos pêssegos,
o peito espreitando entre o linho
da camisa, a friorenta
claridade de abril, o silêncio
branco sem costura, as pequenas
maçãs verdes de Cézanne, o mar,
Olhos onde a luz tinha morada,
agora inseguros, tropeçando
no próprio ar.
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in. "Os lugares do Lume"
1998, 2ªedição
Fundação Eugénio de Andrade.
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