Páginas

04 julho 2017

No limiar da madrugada...

num poema de
Eugénio de Andrade
que lhe deu o título de
Canção.
.
Eugénio de Andrade
.
Canção
.
Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da madrugada,
.
Tu eras água.
Água do mar se te beijava.
Alta torre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.
.
Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.
.
Mas do nome
que maio decorou
nem a cor
nem o gosto me ficou.
.
Eugénio de Andrade
in."Até  amanhã" - 1956

Sem comentários: