que se lhe seguiram lembrei-me de um
Álbum de Humor Político
do caricaturista António
publicado em Dezembro de 1976, numa
Edição do "Jornal Expresso", ao qual deram o nome de
KAFARNAUM
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As "grandes cabeças" do pós 25 de Abril.
António inicia o álbum com este desenho.
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António inicia o álbum com este desenho.
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Numa pequena introdução que o autor ali escreveu pode ler-se:
"Obelix foi Soares e Melo Antunes, por obra e graça de KAFARNAUM. Lucky Luke foi Eanes e Otelo pela mesmíssima razão. Por vezes, Obelix era mesmo Obelix e Lucky Luke era mesmo Lucky Luke. Porque se estava -- e está -- em tempo de KAFARNAUM. Porque o Kafarnaum é mais uma confirmação de que a realidade não só ultrapassa a ficção como também --e até -- a própria banda desenhada. Daí que, face à proliferação desaustinada de personalidades lançadas no rodopio do PREC (o tal Processo Revolucionário Em Curso) e a seguir a retiradas de cena, depois de mais ou menos curta permanência, o já de si rico "stock" dos personagens da banda desenhada não chegasse para as encomendas.
"O KAFARNAUM tem mais de um ano de existência. No entanto, continua a ser difícil destrinçar se é ele que retrata o PREC ou se, pelo contrário, o PREC não passa de um plágio do KAFARNAUM. O código por ambos utilizado é, aliás, praticamente idêntico. Repousa naquela forma de fazer política, tão afeita aos gostos da nova camada dirigente, que pode ser designada -- para utilizar os temos tecnocrato-grandiloquentes que a dita camada adora -- como "acumulação sucessiva de ambiguidades múltiplas"... É exactamente aí que surge o Druída, pelos leitores do KAFARNAUM identificado com certo Costa Gomes que, de passagem se diga, foi um dos mais virtuosos cultores do estilo político referido.
Quanto ao caldeirão das poções mágicas, onde as coligações são cimentadas até que estoirem, onde os pequenos, médios e grandes golpes são postos ao lume, onde os mais díspares ingredientes se fundem e se anulam, onde se metem as barbas de molho à espera que a(s) borrasca(s) passe(m), quanto ao caldeirão das poções mágicas o menos que pode ser dito é que tem muito mais a ver com o KAFARNAUM que com o próprio original, o dos livros do Asterix.
A lógica deste álbum é a do caldeirão e o caldeirão é o PREC.
Nascido a 4 de Novembro de 1975, o KAFARNAUM sobreviveu, apesar de não ter recolhido as cinco mil assinaturas para se transformar em partido legal, apesar de não ter fundado nenhuma Associação de Amizade Portugal- KAFARNAUM, apesar de não ter conspirado nenhum golpe de estado, nem tão pouco ter sido consultado
com vista à elaboração de pactos, relatórios, auto-críticas revolucionárias,etc.
Os comentadores que vão surgindo ao longo do enredo(?) cumprem a estrita missão de manter na ordem -- embora kafarnaúnica -- mas ordem, contudo -- os ingredientes que, do interior do caldeirão, são servidos a um Zé Povinho cada vez menos semelhante ao que Bordalo Pinheiro criou, baseado no PREC do século passado."
O Zé Povinho do PREC
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