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13 novembro 2010

Quem bem te avisa...

...teu amigo é!
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"Dentro de dez anos, o cancro do pulmão
.será o mais mortal para as mulheres"
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Em Portugal e em diversos países europeus, o aumento de mulheres fumadoras está em vias de relegar o cancro da mama para o segundo lugar na tabela da mortalidade.
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Nos últimos 20 anos, o número de fumadoras quase duplicou e, a manter-se esta tendência, em 2020 o cancro do pulmão poderá mesmo ser o mais mortal para as mulheres - ultrapassando as mortes por cancro da mama.

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Numa altura em que muitos estudos comprovam o "rastilho" directo que existe entre o tabaco e as várias patologias respiratórias, o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, recentemente apresentado no congresso da Fundação Portuguesa do Pulmão, vem alertar que todos os anos são diagnosticados 3500 novos casos de cancro do pulmão e que em metade dos casos a doença já é detectada em fase avançada, afectando outros órgãos.
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Em 2008, o primeiro ano em que se registou uma ligeira redução para os homens, morreram 3681 portugueses com esta patologia oncológica - um aumento de quase 19 por cento face a 1999. Perto de 750 óbitos foram de mulheres, contra 1800 mortes por cancro da mama.
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"No caso dos homens, temos conseguido reduzir a percentagem de fumadores, mas nas mulheres não pára de aumentar.
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Como os efeitos do tabaco muitas vezes só se revelam 20 ou 30 anos depois, e como em Portugal se começou a fumar mais tarde, estamos agora a sofrer as consequências.
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E, se mantivermos estes comportamentos, admito que dentro de dez anos as mortes por cancro do pulmão ultrapassem as da mama [nas mulheres]", diz ao PÚBLICO o especialista Artur Teles de Araújo, relator do documento.
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"Em 2008, foram internados 6870 doentes com cancro do pulmão, o que significa um aumento de 22 por cento em relação a 2002", lê-se no relatório, que acrescenta:
"A mortalidade por cancro do pulmão em Portugal é quatro vezes maior no homem do que na mulher. Todavia, a diferença tem vindo a estreitar-se face ao aumento do consumo de tabaco pelas mulheres".
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Por Romana Borja-Santos
in."Público" de hoje

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