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30 junho 2013

Os velhos...

...é o título do artigo de Opinião que Vasco Pulido Valente nos deixou no seu espaço do "Público", publicado esta manhã.
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Vasco Pulido Valente

Os velhos
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Um dos grupos sociais que tem pago e sofrido mais com a crise é sem dúvida o dos reformados; e o governo usa e abusa dele como não usa e abusa da população activa. Isto já vem desde 2005-2006 e continua imperturbavelmente na balbúrdia de hoje. Esmagar os fracos nunca foi um plano de batalha muito difícil de perceber, nem infelizmente muito impopular.
Desde o inominável eng. Sócrates (que, esperemos, não voltará) ao iluminado sr. Gaspar, nem um único ministro resistiu à atracção de espremer a massa inerte dos reformados. Que suportavam e suportam tudo, perante a indiferença dos partidos políticos, da imprensa, da televisão e da opinião pública, que tanto se aflige com as ameaças do desemprego juvenil. Os jovens merecem uma vida, mas parece que os velhos não merecem nada.
O Dr.João Salgueiro sugeriu outro dia que os reformados fizessem um sindicato deles. Não percebeu, com é óbvio, a manifesta impossibilidade do exercício.. A primeira praga dos velhos é o isolamento. Sem amigos, nem camaradas, porque uns morreram, ou estão doentes no hospital ou em casa, ou vivem numa miséria tão profunda que ficaram sem força para resistir. De resto, os poucos privilegiados, a quem sobra um vestígio de energia e de indignação, perderam o lugar por excelência para se encontrarem ou organizarem: o lugar do trabalho. Aos vários governos, que nos trouxeram à presente desgraça, não escapou esta impotência essencial. E a troika, que teme distúrbios, concorda alegremente com a receita. Se um belo ano morrermos todos simultaneamente, haverá uma grande festa nas Finanças.
Entretanto, se a pensão não chegar ou diminuir para além do tolerável, os velhos, tirando uma pequeníssima minoria, não conseguem, como os jovens, encontrar trabalho. Mesmo fortes, mesmo lúcidos, mesmo competentes e, às vezes, competentíssimos, ninguém os quer. Pior do que isso: no bom tempo, os velhos mereciam o respeito da generalidade da populaça. Agora, não. A deferência e a delicadeza com que eram tratados desapareceram e, no lugar delas, apareceu uma arrogância e um desprezo, uma espécie de ironia perversa que os põe firmemente à margem como se eles não tivessem também o direito de viver. E, segundo Passos Coelho, um perene jovem, e os seus sócios na “Europa”, de facto não têm. Esse minúsculo bando que nos pastoreia prepara em público e com boa consciência da loucura um plano para o extermínio democrático dos velhos. E nós, claro, marcharemos sem um pio para o nosso destino.
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É bom que começemos a pensar nestas palavras de VPV... Parecem de brincadeira, mas reflectem o pensamento dos "crápulas" que nos governam!!!... Onde é mole, eles calcam...

Que boas estavam...

...as sardinhas!
Não resisti ao convite da Maria Irene Proença que me proporcionou um encontro com alguns amigos de Castelo Branco que há algum tempo eu não via. Esta reunião ocorreu num dos restaurantes junto à Doca dos Pescadores, em Setúbal. E o almoço terminou quase às 16 horas... Foi ontem, dia 29 de Junho, em Dia de S.Pedro...
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 Frequentaram o Liceu de Castelo Branco em meados da década de cinquenta... estão todos em perfeita forma.
O José Duarte Reis "estava quase em casa", com os barcos ali bem perto, fundeados na doca e parece divertido com a conversa que se passa à sua frente, conduzida pelo Mendes Palitos com o Zé Carioca e o Maia Aguiar à sua esquerda.

Já não via o Zé Carioca (Cruz Tomás) há quase dois anos.
Todos os anos, no início de Novembro, nos encontramos em Castelo Branco, mas falhei no último encontro... Aqui está ele em primeiro plano com Mendes Palitos ao lado.

Uma bela travessa de sardinhas com uma Dona Ermelinda ali ao pé...
O Zé Carioca presta homenagem a umas enquanto o Maia Aguiar presta 
homenagem à outra...

 A Maria Irene foi a anfitreã das suas antigas colegas, uma das quais, 
a Maria da Glória Gama, aqui aparece em primeiro plano

O Luís Gonzaga Silva Pereira parece aguardar uma "deixa"
para entrar nesta conversa...
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Espero encontrar estes "jovens" amigos de novo,
num próximo encontro com as sardinhas de Setúbal

29 junho 2013

As capas do Mundo ri...

O "Mundo ri"107, que saiu em
Março/Abril de 1960, mostra na capa
um "boneco" de Vilhena.
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- Saia daí, que me estoira os fusíveis do "robot"!...

28 junho 2013

Setubalense - 1966 - Maio

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02 Maio
Sessão Solene nos Paços do Concelho e a Semana do Ultramar.
No Salão Nobre dos Paços do Concelho, presidido pelo Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Dr. Manuel José Constantino de Goes, ladeado pelo Dr. Rogério Peres Claro e Dr.Estêvão Ferreira Moreira.
Falou em primeiro lugar o aluno José Luís Chagas Henrique de Jesus sobre o tema “Para uma integração cada vez mais perfeita: alguns problemas humanos.” E em seguida o Padre Joaquim Luís dos Santos.
O Salão Nobre da Câmara estava cheio, com predomínio de gente moça.
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04 Maio
Gerência Municipal
Foram apresentadas as contas de 1965.
Saldo anterior  - 265.775$30
Receitas -       27.824.109$00
Total -            28.089.884$30
Despesa –       27.635.484$70
Saldo -                454.399$60
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07 Maio
Falecimento
Morreu em Setúbal com 77 anos, o Sr. Vitor Augusto Costa, avô de Luís Vitor Costa Ribeiro dos Santos,
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07 Maio
Tomou posse da Presidência da S A P S, o Dr. Manuel José Constantino de Goes.
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09 Maio
Pedido de casamento
…foi pedida em casamento, para o seu filho António Carlos Cabral Graça, oficial da Marinha Mercante, a Sr.ª D. Maria Beatriz Fernandes Castelo Branco.
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11 Maio
Gerência dos Serviços Municipalizados de Setúbal – 1965
Saldo anterior  - 2.251.805$80
Receitas -         22.388.601$20
Despesa –         19.337.098$20
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11 Maio
Desporto
Carlos Manuel Santos classificou-se em 3ºlugar no “karting” do Benfica.
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14 Maio
Iniciaram-se os trabalhos para a remodelação da Avenida Luisa Todi. Maio
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14 Maio
Foi feito hoje o depósito legal da nova cooperativa de Setúbal.
O Sr. José Tiago Leão entregou hoje na Caixa Geral de Depósitos a importância de 170 contos, como depósito legal destinado ao funcionamento da “Colsado, Cooperativa de Consumo e produção agrícola”.
O depósito realizado corresponde a 10% do capital subscrito pelos 225 sócios da nova cooperativa.
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16 Maio
Vão recomeçar as obras de reconstrução da Casa de Bocage.
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18 Maio
O Sr. Capitão Domingos Catalão deixou as funções de Comandante da PSP, pelo que o comissário Eugénio Lobato volta a desempenhar, interinamente, aquelas funções.
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21 Maio
Falecimento
Morre em Setúbal, com 81 anos, o farmacêutico Sr. Luis Pinto Leão Soromenho.
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25 Maio
Casamento
No passado dia 21, na capela do Senhor do Bonfim, realizou-se o casamento da Sr.ª D. Isabel Maria Piteira Ferreira Pena… com o Sr. António Fernando Salgado Soares, tenente da Armada.
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27 Maio
O Dr. Carlos Manuel de Faria e Almeida Santos deixou a subdelegação do INTP, em Setúbal, para ser colocado em Angra do Heroísmo, com Delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência,
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30 Maio
Falecimento

Faleceu em Lisboa, o Sr. Ariovisto da Conceição Valério, de 70 anos, natural de Setúbal, funcionário da CMS, aposentado.

27 junho 2013

Escrito no vento...

“Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que se pensa”.
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Martin Luther King

26 junho 2013

Este poema...

..foi escrito em 1985, por
Luís Nuno Ferraz de Oliveira

E está tão actual....
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Luís Nuno Ferraz de Oliveira

Homo lusitanvs

Servo fiel das malhas do destino!...
Esbanjador fidalgo da Fortuna!...
Dramático esplendor do Desatino!...
Adormeceste?
Não?

Se calhar morreste.

in. "Gólgota"
1985

25 junho 2013

As meninas do Largo da Paz...

... na escadaria do Palacete onde existiu o Lar das Doroteias.
Já não existe... nem uma pedra ficou de pé! O Largo da Paz já não é largo... é uma "coisa" onde não sei se, hoje, por lá reinará alguma paz. Também já não existem algumas destas jovens de 1958...

A Ana Máxima (2ªfila - 1ª à esq.), a Lurdes Macedo (última fila - 3ª, com óculos), a Maria do Amparo (abraçando o candeeiro), a Fernanda Lacerda, a Matiti, a Maria del Carmen, a Rosa Guerreiro, de Alhos Vedros, a Amélia Souto Teixeira e, entre muitas outras, a Directora Madre Margarida Moreno. Apenas aqui falava a Madre Valente Perfeito (Valper). Talvez tenha sido ela a "artista" autora desta foto...
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24 junho 2013

Humor antigo...

... com o traço de
Vilhena
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A linha saco...

23 junho 2013

Parabéns!... 23 de Junho

O Olímpio faz anos hoje...
... e desta vez é uma conta certa!!...
Vai daqui um grande abraço mas sei que vai ser um domingo bem passado...
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Olímpio Mendes de Matos

22 junho 2013

Humor antigo...Stuart bebado

com o traço de
Stuart Carvalhais
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Pergunta estúpida...

21 junho 2013

Eu estou em falta...

...com o Mário Brandão!...
Este "apontamento" já devia ter saído há algum tempo
mas sei que vou ter desculpa por esta minha "falta"...
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Em 9 de Setembro de 2006, o Mário Brandão teve uma festa em família.
Era o dia em que a sua idade chegava aos 70 anos.
Rodeado por tanto sorriso, o Mário mostra ser um homem feliz.
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Ao lado da Dr.ª Adelaide Galhardo, e muito bem enquadrado pelas filhas Adelaide e Isabel e todos os netos às sua volta, o Mário, a Catarina e o Duarte, dá para perceber quanta alegria lhe passa ali por perto...
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Quando, em 1956, estávamos estudando no Porto, havia no Lar da Juc, na rua Cedofeita, um ritual que se repetia diariamente por duas vezes... À hora das refeições, na mesa existente na sala de jantar, em forma de U, era tradição sentar-se no lugar principal um dos alunos mais antigos, quase sempre um dos finalistas residentes. Um qualquer... o que chegasse primeiro ao refeitório.
Com mais de metade dos lugares ocupados, o que depressa sucedia, já que a fome apertava àquelas horas do dia, o colega que se sentava no lugar de "honra" levantava-se e todos o acompanhávamos naquele movimento. Rezava então uma oração que todos seguíamos em voz baixa... 
"Senhor, dignai-vos abençoar o pão que vamos comer..."
Só então se iniciava a "comezaina" e se ouviam muitas histórias e muitos acontecimentos ocorridos durante o dia, nas várias faculdades por que estávamos "distribuídos"...
No final da refeição, todos rezavam uma outra oração e só então abandonávamos a sala do refeitório e nos dirigíamos aos nossos aposentos, dois pisos mais acima.
Aos residentes mais novos só era permitido este "importante devaneio" aos fins de semana ou em férias... dado que os vários "ocupantes crónicos" da cadeira principal, estavam ausentes do lar da Juc por essas alturas...
Apesar de, com muita frequência, o Mário e o Zé da Paz, se ausentarem para Penafiel nos fins de semana por ser relativamente próxima a distância a percorrer na "visita semanal" à família (o que não acontecia comigo e com o meu irmão Olímpio que teríamos de "gastar" o nosso tempo todo só na viagem até Castelo Branco...), nem por isso o Mário deixava, por vezes.de estar presente nessas alturas. Uma frequência... um estudo mais aturado... impedia por vezes uma "ida à terra" para estar com os pais por alguns momentos.
Também o Mário Brandão ocupou aquela cadeira por algumas vezes... E posso imaginar este nosso Amigo a aguardar o final de uma refeição e levantar-se, acompanhado por todos nós, recolhidos, de pé e em respeitoso silêncio, a recitar a oração que ali era ouvida naqueles momentos que precediam o fim da refeição:
"Senhor!... Já que nos deste de comer sem o merecermos, dá-no o céu quando morrermos."
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Estás, com certeza, no Céu, Mário Brandão..."

20 junho 2013

Humor antigo...

in. Mundo Ri
112 - Novembro/61
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- Bem sei que esse pijama te fica muito grande. Mas envergonhei-me de dizer ao empregado de balcão que tinha um marido tão pequeno.

Toma lá Miguel...

...que já almoçaste!!...
Andavas a pedir uma destas...
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Miguel de Sousa Tavares
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Caro Miguel
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Desde já peço desculpa pela familiaridade do trato, mas como nos conhecemos tão bem sinto-me no direito de ser mais tu-cá-tu-lá consigo. Li o seu artigo sem adulteração, aquele do Expresso do último sábado, do dia 15 de Junho de 2013. Escrevo a data completa porque a quantidade de textos que debita poderiam criar na sua cabeça alguma confusão sobre o espaço temporal a que me refiro. Devo dizer que é um texto bem escrito, daqueles que se aprendem a escrever quando se tem uma professora à moda antiga, das que nos ensinam a amar o saber e fazer da vida uma busca continua desse mesmo saber, das que nos ensinam a ter espírito critico, das que nos ensinam a pensar e a usar com racionalidade essa fundamental característica que é uma das que nos distinguem das restantes espécies da Classe Mammalia. Como se deu ao trabalho de fazer uma breve introdução romanceada do seu percurso pelo primeiro ciclo, então escola primária, vou, também eu, essa breve introdução, sem as figuras de estilo que o Miguel usa, porque em mim a escritora não pode florescer por falta não de vocação que essa até tenho, mas de tempo, e a seu tempo entenderá o porquê. Então vejamos, em 1976 entrei na escola primária. A escola que me acolheu, uma das obras positivas do tempo assumidamente autocrático, era linda, branca, com casas de banho que por acaso não funcionavam mas estavam lá, com as paredes preenchidas pelos trabalhos de desenho dos meus colegas mais velhos que a minha arte ainda não se tinha manifestado. Sabe porque é que a minha escola era linda? Porque eu não sou filha de nenhuma escritora, nem nenhum deputado, nunca os meus olhos tinham visto tanto livro junto, e refiro-me a meia dúzia que havia lá pela minha escola de aldeia, longe de Lisboa e do Porto. Sabe Miguel, acredito que pense efectivamente que sabe, ou não tivesse sido aluno da D. Constança, as vivências da realidade são diferentes de ser humano para ser humano, e por isso o quadro feio e negro da escola do Miguel pode ser belo e muito colorido para alguns dos seus colegas de carteira. Mas deixemos isto e continuemos na saga do meu percurso escolar. Tal como o Miguel também na minha escola éramos muitos, tantos que nem me lembro do número, será porque isso nunca foi relevante? É que das pessoas ainda me lembro bem, das brincadeiras também, das aulas também… As duas salas estavam sempre cheias, como um ovo, havia dois turnos de aulas com 4 professoras, duas de manhã e duas de tarde. A mim calhou a D. Maria Isabel, uma mulher linda, com o seu cabelo cinzento e os lábios pintados de uma cor fabulosa, um tom de laranja doce. A D. Maria Isabel acabou de me ensinar a ler, que alguma coisa a minha teimosia já me havia feito aprender. Sabe Miguel, em algumas situações a teimosia é uma característica boa, de tal forma que no final do primeiro período já eu substituía a minha avó na leitura de “O amigo do Povo” às suas comadres analfabetas. Vou agora refrescar-lhe a memória em relação ao que era o primeiro período: – período de tempo que mediava entre Outubro e meados de Dezembro, suponho que entende o que lhe estou a dizer, mas se não informe-se junto de alguns psicólogos e pedagogos credíveis. Abreviando um pouco, e quase para terminar este parágrafo, devo dizer-lhe que a minha professora foi tão boa que em 3 anos resolveu comigo as questões que para muitos se resolviam em 4, e para outros muitos em mais de 4. Tal como a sua, também a minha deixou em mim um apetite voraz para as letras, chamava-me “papa livros” tal era a minha voracidade, e todas as semanas, levava de Coimbra para mim muitos livros. A minha professora Maria Isabel era uma mulher completa com marido, 3 filhos, sendo um surdo-mudo,  pais e sogros. Vivia do seu trabalho e como tal faltou algumas vezes, pois não tinha possibilidades económicas para delegar responsabilidades. Mas sabe o que lhe digo, foram muitos os alunos que mandou para a universidade, que hoje até lêem o que o Miguel escreve com espírito crítico. Neste momento poderia considera-lo um mentecapto e situar este comentário no seu texto brilhante, mas não o vou fazer, porque o Miguel também teve uma boa professora na escola primária.
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Mudando de parágrafo e de assunto, tal como o Miguel, sei que o país está à beira da bancarrota, mas na minha família só o direito ao voto responsabiliza por essa situação, sabe porquê? Nunca nenhum dos meus progenitores ocupou lugar em nenhuma das cadeiras da Assembleia da Republica, por partido nenhum quanto mais por dois e ainda mais relevante, nunca nenhum dos meus progenitores foi ministro. Sinto muito Miguel por ter que lhe lembrar que algumas das responsabilidades da miséria que grassa por esse Portugal fora tem genes que lhe foram a si entregues. Mais ainda, na minha família toda a gente produz, desde tenra idade. Sobre trabalho o Miguel, por certo, teria muito a aprender comigo e com os meus.
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Voltemos agora ao ainda cerne desta questão, a greve dos professores. Sabe Miguel, depois de ler o seu texto, volto a dizer, sem adulterações, fiquei a pensar se o seu sistema digestivo seria igual ao dos restantes mamíferos. E confesso que esta duvida já me assaltou algumas vezes frente aos seus escritos. Em relação aos professores o Miguel não sabe nada do que pretende dizer, seria bom e revelador de algumas sinapses activas, que se calasse até conseguir saber sobre o que se pronuncia. Eu sou professora, há já muitos anos, executo a profissão que sempre quis ter, lá por causa da minha rica professora Maria Isabel, e trabalho que me desunho, e não falto, e estou disponível para os meus alunos até para ser mãe. O meu horário semanal ( e o da maioria) tem sempre muito mais do que as 40 horas agora na moda, tenho que me preparar, nem sequer para cada ano é mesmo para cada turma, pois são sempre diferentes os alunos e as suas interacções; tenho que os avaliar, e isso exige muito pois sou acérrima defensora da avaliação formativa; tenho que tentar manter-me actualizada pois lecciono uma disciplina das ciências mais vanguardista, e isso requer muito tempo ( percebe agora porque não me dedico mais à escrita?). Eles, os meus alunos, que são quem me importa, sabem disso! Acho de uma arrogância tola o Miguel vir pronunciar-se sem saber do que fala. Eu também sou leitora e agora vou aqui falar de um  escritor medíocre que já li. Vou tecer comentários sobre obras e escrita que conheço, não sobre números de origem duvidosa! O Miguel escreve com a qualidade necessária para ser comercial, isto é para ganhar dinheiro, muito por sinal. Quer assumir-se como um Eça? Sabe que está a anos luz, sobra-lhe a capacidade descritiva, mas falha nos pormenores, vou dar-lhe um exemplo concreto: descreve cenas de sexo/amor com minúcia, mas impraticáveis por imposição das leis da física. Tenta ser um critico social, mas o seu azedume natural tira-lhe a graça e a leveza que tornam Eça sempre actual. Poderia continuar mas acho que já consegui perceber onde quero chegar. O Miguel é um escritor medíocre, mas isso não faz com que todos os escritores de Portugal o sejam, repare a sua mãe até ganhou um prémio Camões. Até sei que vai pensar que estou a ser ressabiada, será um argumento de defesa legítima uma vez que o estou a atacar, mas totalmente desprovido de verdade. Entenda o que lhe quero dizer de forma clara, há professores medíocres mas a maioria é bastante boa, empenhada e esforçada. Esta greve serviu apenas para mostrar ao governo que o caminho da mentira e do enxovalhamento publico tem que acabar. Os direitos dos alunos estão a ser salvaguardados, é certo que temos menos alunos, mas também é certo que cada ano as turmas são maiores e os problemas sociais, que entram sempre pela sala de aula dentro, são cada vez mais. Sabe Miguel, seria mais proveitoso para os alunos trabalhar em salas com menos crianças/jovens e consequentemente menos problemas do que em salas cheias até à porta. Sabe que assim poderíamos desenvolver o espírito critico desses jovens e aí as coisas mudavam um pouco… Já  imaginou um pais em que a maioria dos cidadãos tivesse espírito critico? Imagina o destino que seria dado aos medíocres
Acha que haveria lugar a tantas PPP’s? Acha que o dinheiro do Estado Social  ( faço aqui um parêntesis para lhe dizer o que é o estado social, que eu sustento: EDUCAÇÃO, SAUDE e SEGURANÇA SOCIAL) seria desbaratinado em manobras  bizarras sem que fossem pedidas contas? 
Acha que os gestores das empresas publicas que acumulam prejuízos continuariam a ser premiados? 
Acha que se assistiria a uma classe politica corrupta, incompetente e desavergonhada de braços cruzados? 
Acha que haveria prémio para a mediocridade de textos que vendem como cerejas à beira do caminho? 
Ai Miguel depois destas questões até o estou a achar inocente… acabei de ficar com aquele sorriso que dou aos meus alunos travessos, mas simples, só que para eles é para os conduzir ao bom caminho, para si é mesmo com condescendência.
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Falou no seu texto no estado calamitoso em que se encontram as contas públicas, e sou forçada a concordar consigo, só tenho pena que apenas consiga ver o erro, e lhe falte a coragem para imputar responsabilidades. O país está neste estado por causa dos decisores políticos e dos fazedores de opinião, entre os quais o incluo. A má gestão é que nos levou a este marasmo, não fui eu, nem os meus pais. Desde muito jovem que justifico o que como, foi assim que fui educada, é assim que educo os meus filhos e até os meus alunos, dentro do possível. Da má gestão posso ser responsabilizada por votar, mas sempre o fiz em plena consciência, acreditando que dava o meu voto a um ser humano digno. E continuo a fazê-lo! Quanto aos fazedores de opinião é um problema acrescido, porque esses nascem do nome que carregam, tal como o Miguel bem sabe. Por isso lhe digo em jeito de conclusão, este texto só será lido em blogues, porque o apelido Bragança não me abre as portas dos jornais. Fique bem Miguel e quando não conseguir mais dormir, por ter tomado consciência da sua responsabilidade pessoal no estado em que se encontra o país, não pense logo em suicídio, tome primeiro Valeriana e se não resolver tome Xanax.
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Anabela Bragança, professora de Biologia, ainda com alegria e orgulho!
Coimbra, 19 de Junho de 2013
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NB - São tudo verdades, Miguel... Tens a mania de ler pela rama... de falar daquilo que não entendes... e depois aparece uma voz com razão que te põe em sentido!!... Já estavas a merecer uma "coisa" destas há alguns anos.
À Dr.ª Anabela Bragança envio os meus parabéns pela "rabecada" que aqui transcrevo com muito gosto... Gosto este acrescido pelo facto de ficar a saber que fomos colegas na mesma profissão e, mais do que isso, no mesmo Grupo Pedagógico...
Nunca desista de defender os verdadeiros interesses dos professores dedicados.

19 junho 2013

Escrito no vento...

"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre."
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Oscar Wilde
1854 - 1900

18 junho 2013

Um apontamento...

...para meditar um pouco.
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Greve aos exames
Num Debate “Professores e governos
Por Joaquim Jorge
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In Público
18 06 13
Joaquim Jorge
Biólogo e fundador do Clube dos Pensadores
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Esta greve aos exames era escusada, se o Sr. ministro tivesse percebido o pulsar do sentimento geral na classe docente – desagrado e intransigência com mais medidas de austeridade.
Os professores, na era Sócrates, foram espezinhados, desclassificados, humilhados e desacreditados, como nunca tinha acontecido. Lembro-me muito bem de José Sócrates procurar intoxicar a opinião pública, colocando em páginas de jornais, como publicidade, paga por todos nós, incluindo os professores, tabelas salariais dos professores em que o valor remuneratório era o ilíquido sem descontos, procurando desta forma fazer ver que os professores eram muito bem pagos e remunerados. O que é falso e mentira!
(…)
Este governo teve como lema de campanha eleitoral o respeito pelos professores, mas foi sol de pouca dura, pois na prática a economia e o ministro Gaspar mandam mais do que o ministro Crato.
A greve aos exames tem o reverso da medalha do que se passou na greve às avaliações. Nas avaliações, a falta de um professor inviabilizava a realização da reunião de avaliação. Porém, hoje com um número reduzido de professores, apesar de a maioria faltar, consegue-se realizar os exames. O cerne da questão não é se houve ou não grande adesão à greve. A questão fundamental é o respeito pelos professores, pela sua profissão, dignidade e especificidade. Não se põe em causa mandar professores embora; porém com regras e devidamente indemnizados. Depois podem trabalhar mais horas; porém já o fazem há muito tempo. Podem ir para longe da sua antiga escola, mas devidamente apoiados com ajudas de custo, etc.
Posso enganar-me, mas no futuro não vai haver quem queira ser professor. Ter-se-á que ao recrutar nos países lusófonos. Se eu fosse governo, não permitiria num prazo alargado que muitos jovens seguissem a carreira docente enquanto houver professores desempregados. Formar gente para o desemprego é crime de lesa-pátria.
Governar é projectar e servir de almofada a quem está no sistema. Não é despedir e tratar mal só vendo números. O ensino tem a disciplina da Matemática, mas tem outras disciplinas como a Psicologia, que é algo que o governo não tem…

Um passeio a Granada,,,

O antigo bairro de Albayzin...
...visto a partir do Palácio de Alhambra (09 06 2013)

17 junho 2013

Comissão PPP's...

... quer responsabilização de ex-governantes PS.

in TSF - Publicado hoje às 20:57

Os decisores políticos dos governos Sócrates, responsáveis por negociações consideradas lesivas para o Estado nas PPP's, devem ser responsabilizados pelas autoridades competentes.

O ex primeiro-ministro José Sócrates


A conclusão consta do relatório preliminar, ao qual a TSF teve acesso, da comissão parlamentar de inquérito às Parcerias público-privadas.
Em causa estão, sobretudo, as negociações das ex-SCUT e das subconcessões da Estradas de Portugal.
Nas antigas estradas sem custos para o utilizador - um conceito que o documento critica, já que no fim de contas, todos são chamados a pagar - o relatório preliminar, redigido pelo deputado social-democrata Sérgio Azevedo, fala em projecções de tráfego irrealistas, baseadas em pressupostos errados que resultam agora em encargos de muitos milhões de euros para o Estado.
No caso das subconcessões, o documento ao qual a TSF teve acesso sublinha que elas resultaram num endividamento adicional da empresa pública em 11 mil milhões de euros, que vão pesar nos bolsos dos contribuintes durante muitos anos.
O relator escreve que as negociações levadas a cabo pelo antigo executivo socialista lesaram o Estado e os contribuintes, e por isso refere, por duas vezes, que as entidades competentes devem chamar os decisores políticos à responsabilidade. O relatório não diz, no entanto, como. Mas confirma que as conclusões dos deputados serão entregues ao Ministério Público.
Hugo Neutel

Escrito no vento...

“Aqueles que pensam que não têm tempo para o exercício, mais cedo ou mais tarde têm de encontrar tempo para a doença.”
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autor desconhecido.

16 junho 2013

O fim das vacas gordas...

Na sua Coluna, na última página do Público,
Vasco Pulido Valente deixou ontem a sua Opinião.

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Vasco Pulido Valente

O extraordinário número de independentes(?) que se candidata à presidência das câmaras talvez seja o primeiro sinal da desagregação dos partidos tradicionais, sobretudo do PS e do PSD, que tomaram conta do Estado e nos governaram durante 30 anos.
(…)
Contra o senso comum, há mais socialistas (19) que decidiram abandonar o rótulo do partido do que “sociais-democratas” (12). Mas vendo mais de perto a coisa não é assim tão estranha.
Mal ou bem, Pedro Passos Coelho lá se vai aguentando e as ruínas que deixar ainda podem no futuro servir para alguma coisa. Infelizmente, nem agora  , nem no futuro, Seguro, com o seu realejo e a sua vacuidade, não promete nada a ninguém. E pior: parte do eleitorado do PSD parece mais fluido e, por isso, mais susceptível de acreditar numa solução milagrosa.
De resto, os próprios candidatos que o PSD apresenta oficialmente evitam exibir nos cartazes o emblema da casa. Julgam que por este subtil processo evitam a sua associação aos desastres que o governo dia a dia faz cair sobre os portugueses. Julgam com certeza que os portugueses são mentecaptos. O PS, pelo contrário, insiste em se apresentar com a militância do costume e, muito ajudado pelos “tempos de antena” de Sócrates, põe instantaneamente em coma o cidadão vulgar. Entregar ao Dr. Seguro a salvação da Pátria é a última ideia que passa pela cabeça de uma pessoa sensata ou mesmo de um louco reconhecido e público com um ou outro intervalo de lucidez. Os “socialistas” com um pequeno resto de massa encefálica preferem que Passos lhes tire as castanhas do lume, para depois proclamarem o seu sacratíssimo direito à “alternância”.

Mas sucede que a ebulição em que andam as máquinas dos partidos se deve manifestamente à redução drástica da sopa do convento. Acabou a época em que se fundavam “empresas municipais” para aconchegar os bolsos da ladroagem local; da “reclassificação” de terrenos; dos vereadores sem espécie de função; dos centros de cultura; dos cursos universitários sem universidade e sem alunos, da ornamentação urbana e das rotundas; das grandes festas para a populaça; dos jornais subsidiados para criarem o culto do “presidente”; do ócio quase permanente e de várias alegrias, que faziam o misterioso encanto da autarquia. A indisciplina partidária, que a troika trouxe na sua bagagem, transformou o antigo paraíso numa guerra corpo a corpo pelo que sobrou do tempo das vacas gordas.

15 junho 2013

Um poema...

... de Eugénio de Andrade
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Eugénio de Andrade
num desenho de Artur Bual


Serão palavras

Diremos prado bosque
primavera,
e tudo o que dissermos
é só para dizermos
que fomos jovens.
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Diremos mãe amor
um barco
e só diremos
que nada há
para levar ao coração.
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Diremos terra mar
Ou madressilva,
Mas sem música no sangue
Serão palavras só,
E só palavras, o que diremos
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In “Antologia breve
Ed. Maio 1999

14 junho 2013

As capas do Mundo ri...

O "Mundo ri"103, que saiu em
Novembro de 1960, mostra na capa
um "boneco" de Vilhena.
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- O Sr. Doutor acha que fiquei parecida?!...

13 junho 2013

Um passeio...

... antes de chegarmos a Granada, imponente e distante, a Serra Nevada parece aguardar a chegada do próximo inverno para reforçar as suas pistas de neve...
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Os cumes gelados, confundindo-se com as nuvens,
 ainda se mantêm nesta época do ano.

12 junho 2013

Uma bela ideia...

E por que não cá?!...

A Grécia suspende TV pública para fazer cortes…

Os ecrãs da emissora ERT ficaram a negro a partir da meia-noite de ontem. Porta-voz do Governo diz que “não há vacas sagradas”.
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Numa altura em que o povo grego está a passar por sacrifícios, não há espaço para demoras, hesitações ou tolerância para com vacas sagradas.
“A ERT é um caso de falta de transparência excepcional e extravagância incrível. Isso acaba agora.” - disse o porta-voz do governo.
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A televisão é mantida por uma taxa de 4,3 euros mensais paga junto com a conta da electricidade.
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As “vacas de cá" continuam a “pastar” alegremente
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Porque será que o senhor Ministro das Finanças ainda não se lembrou desta “alternativa”?!!!... 

Um passeio...

... cheio de "coisas" lindas.
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A Mesquita de Córdoba – hoje Catedral de Santa Maria de Córdoba – é uma das maiores mesquitas do mundo, e uma das principais expressões da arte árabe-islâmica e da arquitectura gótica da Andaluzia. (foto em 08 06 2013)
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A Mesquita-Catedral de Córdoba é um dos conjuntos monumentais mais importantes e peculiares de Espanha e do Ocidente. Trata-se de uma enorme mesquita árabe à qual foram adicionados apliques em tempos cristãos, especialmente no século XVI, quando se ergueu o templo ou catedral cristã num estilo basicamente plateresco. A Mesquita de Córdoba não é só o símbolo de Al-Andalus, mas também um monumento fundamental de todo o Ocidente Islâmico, e um dos mais impressionantes do mundo. É o reflexo artístico do poder de um dos estados políticos mais importantes do ocidente nos séculos IX e X: O Emirato e Califato de Córdoba.

11 junho 2013

Escrito no vento...

"O que mais me impressiona nos fracos é que eles precisam de humilhar os outros para se sentirem fortes."
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Gandhi

10 junho 2013

Recordações...

Tróia
em Setembro de 1985
A Gi com a Charlot


09 junho 2013

Fotografias de Setúbal...

Vista parcial da zona nascente de Setúbal

O porto de Setúbal e a zona industrial lá mais ao fundo.

08 junho 2013

O 7º Ano de 1950...

... e a visita ao Posto de Turismo de Oleiros.
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Foram recebidos pela Engª Inês Martins
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A Inês, muito bem enquadrada pelo Preto Tomé e pelo Augusto de Matos, parece ter conseguido prender a atenção destes "rapazolas" do 7ºAno...

Vejam só a atenção com que a ouvem...

A Maria do Carmo, a Maria Júlia e o Luís Maricoto Monteiro
parecem muito interessados no que estão a ouvir.

No final, também a "professora" teve de ouvir um agradecimento
que o Olímpio leu, um pouco emocionado. À Eng.Inês Martins foi  entregue um fac-simile do Livro de Despedida deste Curso do 7ºAno, de 1950.

As últimas palavras do organizador, antes de todos subirem
ao Centro Digital de Oleiros.